segunda-feira, abril 12, 2004
As peles estão na moda
(versão 625a - série "iliterato")

Otava alega que a campanha é economicamente justificada e nega quaisquer fragilidades a nível ecológico. Além disso, a partir de agora, a matança das focas tem novas regras, segundo as quais estas não devem ser espancadas até à morte mas baleadas, noticia a BBC online.

Em 1972, os Estados Unidos suspenderam as importações de produtos derivados destes animais e, uma década depois, a União Europeia avançou com a proibição de importações de peles de foca.
Como resultado, o Governo canadiano reduziu as quotas de caça para 15 mil por ano, principalmente para consumo de carne e artesanato local. Mas, com as peles novamente na moda, a caça retomou o antigo vigor. No ano passado, o Canadá voltou a aumentar as quotas, permitindo a matança de um milhão de focas no espaço de três anos.
John Efford, ministro canadiano dos Recursos Naturais, sublinha que muitos protestos estão errados. Segundo Efford, a população de focas estava a crescer demasiado e os recursos pesqueiros a desaparecer.
Vários movimentos ambientalistas já iniciaram campanhas onde apelam ao boicote do turismo no Canadá. "Filmámos e presenciámos focas a serem esfoladas vivas", disse Rebecca Aldworth, do International Fund for Animal Welfare. Esta organização critica ainda o Governo canadiano por adiar a entrega de licenças para os activistas presenciarem os abates.
Segundo o Canadá, deverão existir 5,2 milhões de focas na Gronelândia, contra os 1,8 milhões em 1970.
(notícia retirada da edição electrónica do Público)




Elucubrários:
sábado, abril 10, 2004
Crucificados
(versão 617a - série "vícios")

São cada vez mais os turistas que se deslocam às Filipinas para assistirem à revisitação bimilenar dos penitentes que se fazem crucificar. A estes sobra-lhes para além da vida a fé…
Paixões gibsonianas? Promoções algo exangues que o Vaticano teima em condenar? E será que condena? A realidade travestida é sempre ficção? E a ficção que se traveste de verdade histórica e vergasta-nos com quilos de cruzes tingidas de litros de sangue? Sandálias de pescador decoradas a ouro. A realidade é bem mais pobre.
Não haverá por aí uma qualquer agência de viagens que queira explorar a recreação da crucificação num qualquer lugarejo deste luso território?
Chamem-lhe turismo religioso...
Paixões gibsonianas? Promoções algo exangues que o Vaticano teima em condenar? E será que condena? A realidade travestida é sempre ficção? E a ficção que se traveste de verdade histórica e vergasta-nos com quilos de cruzes tingidas de litros de sangue? Sandálias de pescador decoradas a ouro. A realidade é bem mais pobre.
Não haverá por aí uma qualquer agência de viagens que queira explorar a recreação da crucificação num qualquer lugarejo deste luso território?
Chamem-lhe turismo religioso...
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